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Demência

O primeiro relato sobre demência foi  feito por Alois Alzheimer nos anos de1906/1907, ao descrever detalhes sobre alterações cognitivas e comportamentais de sua paciente. Desde então muitos estudos e pesquisas foram realizados com o intuito de trazer clareza sobre as Síndromes Demências.

 

A Doença de Alzheimer é a mais comum das moléstias que cursam com demência, porém não é a única. Demência Vascular, processos Neoplásicos, hidrocefalia, deficiência de vitamina B12, neurossífilis ,  Mal de Parkinson  dentre outros, são causas menos frequentes.

A Doença de  Alzheimer é  uma patologia  neurodegenerativa, de caráter progressivo.  Afeta múltiplos domínios da cognição, como: memória, orientação temporal e espacial,  capacidade para abstração, realização de cálculos, podendo  também alterar a parte afetiva  e comportamental, gerando, depressão,  agitação  psicomotora, agressividade etc...

Evolui  portanto com  perda funcional ,  impactando negativamente na autonomia e independência do paciente. Obviamente  todo o ambiente familiar passa a sofrer as consequências.

Estima-se existir  cerca de 15 milhões de pessoas com  Doença de Alzheimer no mundo e o  envelhecimento populacional  é acompanhado da progressão do número de casos. Entre 60 a 65 anos a prevalência  é de 0,7 % da população, evoluindo par 38,6% aos 90 anos.

Sua etiologia permanece pouco conhecida, porém novas informações vêm sendo acrescidas, oriundas de múltiplas pesquisas. Conhecemos as alterações anatômicas macro e microscópicas induzidas pela doença, podemos mapear as regiões  topográficas cerebrais  alteradas,  porém  a correlação Genética clara , bem como fatores desencadeantes ainda são motivo para estudos.

Os familiares se queixam  que o paciente esquece  de fatos recentes, repete frequentemente mesmas palavras, frases, apresenta  desorientação no tempo, datas, lugares. Apresentam limitações na realização das tarefas que antes eram corriqueiras (alteração funcional progressiva).  A princípio estas alterações são leves sutis, porém progridem com o passar do tempo, mesmo quando a atenção do paciente é estimulada para tais erros. Alterações na fala, no reconhecimento de objetos,nas habilidades motoras  e o esquecimento de fatos antigos já consolidados na memória,   remetem a fase mais avançada da doença.

A evolução da Doença pode se dar ao longo de anos a mais de uma década, e cada paciente apresenta particularidades na mesma.

Por se tratar de um processo altamente  incapacitante,  o diagnostico e o tratamento amplo devem ser feitos precocemente.

O diagnóstico é pautado principalmente pela história clínica, apoiado  por testes neuropsicológicos. Os exame de imagem como Ressonância Nuclear Magnética e tomografia do Crâneo , bem como os exames laboratorias (testes de screaning) visam principalmente avaliar as outras doenças causadoras de quadro demências , já que muitas podem, se tratadas a tempo serem curadas, como a Hidrocefalia, ou deficiência da vitaminas b 12 e alguns processos expansivos.

O tratamento é multidisciplinar, com acolhimento e apoio a família, objetivando um ótimo suporte ao paciente ao longo das fases evolutivas da doença.  Assistência precoce com fisioterapia, terapia ocupacional, avaliações médicas frequentes, bem como auxilio de nutrição fonoaudiologia e outros profissionais a medida que as varias limitações apareçam.

Quanto a terapêutica medicamentosa, os estudos mostram  a atuação de  varias drogas,no sentido de:

- Colaborar com apoio multidisciplinar(medidas não medicamentosas) na manutenção da funcionalidade do paciente

- Controle dos sintomas afetivos e das alterações comportamentais, auxiliando na diminuição da agitação psicomotora , insônea,  agressividade etc...

- Discutível diminuição na velocidade da evolução da doença.

Devemos destacar a possibilidade de se proporcionar longo tempo de vida, com qualidade e funcionalidade razoáveis, tirando o caráter estigmatizante  e negativista que assombra o paciente recém diagnosticado e seus familiares.

 

DR CARLOS EDUARDO SAMPAIO

MEDICO GERIATRA E GERONTÓLOGO

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